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Experiência aérea e sensorial: Solo 'Canária' em São Paulo

Atualizado: 30 de jul.

Ziza Brisola une circo, dança vertical e interpretação em uma performance única ao ar livre, explorando a liberdade e o patriarcado a partir do conto de Katherine Mansfield.

Imagem: Arthur Bronzato

"Canária" é um solo inédito de Ziza Brisola, uma das fundadoras e diretora artística da Companhia Linhas Aéreas, que completa 25 anos de atividade em 2024. Conhecida por sua utilização criativa dos recursos circenses nas artes cênicas, Ziza traz uma performance que une circo, dança vertical e interpretação, com direção de Anna Kutner e direção de arte de Joana Lira. O projeto, contemplado na oitava edição do Programa Municipal de Fomento ao Circo para a cidade de São Paulo, será apresentado gratuitamente em praças da zona oeste da cidade.


A proposta da performance é utilizar técnicas aéreas de circo e dança vertical em uma criação "site specific", onde a árvore serve de suporte. Inspirada livremente no conto "O Canário", de Katherine Mansfield, a peça explora a relação entre uma mulher e um canário, revelando aspectos de sua vida e cotidiano. Esta adaptação visual e física transcende o conto original, evocando sentimentos, reações e emoções que transformam a experiência em uma multiplicidade sensorial.


Anna Kutner, diretora do solo, ressalta a provocação lançada pela performance: "O quanto estamos dispostos a abrir mão daquilo que repudiamos, mas que nos pavimenta, uma vez que estamos inseridos nesta Matrix tão patriarcal? Canária é sobre isso. Esta mulher é sobre isso, o pássaro que é objeto, desejo e liberdade, os homens que regem o mundo são sobre isso. Nós mulheres também somos sobre isso. É uma escrita coletiva, um grande encontro de todos estes artistas que estão juntos materializando nossa Canária."


A direção de arte, assinada pela artista visual e designer Joana Lira, utiliza a cor para dar corpo e efeito aos elementos imagéticos. A preponderância do vermelho vital em contraste com o cinza opaco simboliza as polaridades da narrativa, abordando a fragilidade e a força do feminino e a normalidade do masculino. Este conjunto de iconografias cria um ruído multisensorial que enriquece a narrativa da mulher presa em si mesma e nas amarras da sociedade, refletida em sua relação com um pássaro.


O solo "Canária" estreia no sábado, 27 de julho, às 16h, na Praça do Pôr do Sol, em Alto de Pinheiros. As apresentações ocorrem nos dias 27 e 28 de julho às 16h e 16h45 na Praça do Pôr do Sol, nos dias 10 e 11 de agosto às 15h30 e 16h30 na Praça das Corujas, em Vila Madalena, e nos dias 24 de agosto às 15h30 e 16h30 na Praça da Nascente, em Pompéia. A classificação é livre e a indicação é para jovens e adultos. Cada performance dura 20 minutos, e é recomendado levar celular e fones de ouvido, chegando com 20 minutos de antecedência para baixar o aplicativo da trilha sonora.


"Canária" é uma realização que celebra as múltiplas facetas do circo, dança e interpretação, trazendo uma experiência inovadora e sensorial ao público paulistano.


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