“Não Tem Meu Nome”, monólogo de Adelino Costa, segue em cartaz no Cemitério de Automóveis até 30 de abril
- Isabel Branquinha
- 24 de abr.
- 2 min de leitura
Inspirado em obras de Jeferson Tenório e bell hooks, espetáculo aborda identidade negra, pertencimento e crítica à hegemonia branca
Segue em cartaz até 30 de abril, com apresentações às quartas-feiras, às 20h30, o monólogo “Não Tem Meu Nome”, escrito, dirigido e interpretado por Adelino Costa, no Teatro Cemitério de Automóveis, em São Paulo.

A montagem propõe uma reflexão contundente sobre raça, classe, território e memória, partindo de uma experiência pessoal e coletiva vivida em comunidades periféricas.
Um solo de memória, resistência e afirmação
O espetáculo nasceu a partir das leituras de “O Avesso da Pele”, romance de Jeferson Tenório, e “Pertencimento: Uma Cultura do Lugar”, da pensadora bell hooks. O processo criativo incluiu o resgate de vivências da infância do autor na COHAB de Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre, e de observações sobre os desafios enfrentados por populações negras e periféricas em uma sociedade estruturada sob lógicas brancas e burguesas.
“Se o espetáculo provocar no público 10% da reflexão que provocou em mim, acredito que já terá cumprido seu papel”, afirma Adelino Costa.
Uma dramaturgia construída na prática e no pensamento
O texto foi desenvolvido como parte da pesquisa de conclusão da Pós-Graduação em Direção Teatral na FPA (Faculdade Paulista de Artes), com orientação do Prof. Dr. Marcelo Soler. A encenação aposta em uma linguagem minimalista, onde o corpo do ator, objetos, trilha e luz são os principais recursos de composição cênica.
Ao longo da peça, o público é levado a questionar quem tem direito à identidade plena, quem pode nomear-se, e quais narrativas são autorizadas a existir no imaginário social dominante.
Referências de peso na literatura, teoria e cinema
Além de Tenório e bell hooks, a criação do espetáculo foi guiada por pensadores e autores como Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, Chimamanda Ngozi Adichie, Itamar Vieira Júnior, Cida Bento, Grada Kilomba, Zygmunt Bauman e Frantz Fanon. Na linguagem cinematográfica, “Marte Um”, de Gabriel Martins, e o documentário “A Negação do Brasil”, de Joel Zito Araújo, também serviram de base simbólica e estética.
A montagem conta com o apoio da Galeria Olido e da Braapa Escola de Atores.
Serviço – Não Tem Meu Nome
Criação, direção e atuação: Adelino Costa
Temporada: Até 30 de abril de 2025
Dias: Quartas-feiras Horário: 20h30
Local: Teatro Cemitério de Automóveis – Rua Francisca Miquelina, 155 – São Paulo/SP
Duração: 80 minutos
Classificação: 16 anos
Ingressos:
Inteira: R$ 40
Meia-entrada: R$ 20
Venda online: Sympla
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