O Julgamento de Sócrates estreia no Teatro Itália e leva o público a reviver a tragédia filosófica que moldou o pensamento ocidental
- Isabel Branquinha

- 31 de ago.
- 3 min de leitura
Espetáculo de Régis de Oliveira com direção de Bruno Perillo traz Luiz Amorim como Sócrates em uma montagem que reflete sobre coragem, integridade e os limites entre lei e consciência.

Entre 5 de setembro e 16 de outubro de 2025, o Teatro Itália, em São Paulo, será palco de uma das histórias mais emblemáticas da filosofia: a condenação de Sócrates, o pensador que marcou para sempre a cultura ocidental. O espetáculo O Julgamento de Sócrates, com texto de Régis de Oliveira e direção de Bruno Perillo, convida o público a uma imersão na Grécia Antiga para revisitar um drama que continua atual: até onde é possível ir em nome da verdade?
Filosofia em cena: o homem por trás do mito
Sócrates (470 a.C.–399 a.C.) é reconhecido como o pai da filosofia ocidental e responsável por frases que atravessaram séculos, como o célebre “Só sei que nada sei”. Questionador incansável, ele foi acusado de corromper a juventude e de profanar os deuses da cidade, acusações que o levaram a julgamento e à condenação à morte.
A peça traz ao palco o momento em que Sócrates, diante da possibilidade de fuga, escolhe permanecer fiel a seus princípios. Para ele, trair as leis de Atenas seria trair sua própria alma. Em sua última noite, conduz um diálogo sublime sobre a imortalidade da alma, a coragem diante do desconhecido e a importância de uma vida vivida sem mentiras.
“O espetáculo é muito mais que uma aula de história, é um espelho para nosso tempo. O que acontece quando o pensamento livre desafia o poder?”, questiona o autor Régis de Oliveira.
A interpretação de Luiz Amorim
O papel de Sócrates é vivido por Luiz Amorim, que mergulha na humanidade do filósofo, afastando-o da imagem idealizada de um mármore intocável.
“Sócrates não é uma estátua. Ele é um homem que ri, ironiza, questiona e enfrenta a morte sem vacilar. O desafio foi trazer esse equilíbrio entre mito e humanidade”, afirma o ator.
O elenco conta ainda com Carlos De Niggro, Breno Ganz, Magnus Odilon, Marcus Veríssimo, Nalini Menezes, Priscila Camargo, Priscilla Dieminger e Roberto Borenstein, além de Gabriel Ferrara e Juliane Arguello como stand-in.
Atualidade e reflexão
Embora ambientado na Atenas do século V a.C., o espetáculo dialoga com o presente. A peça levanta debates sobre liberdade de pensamento, integridade e coragem diante do poder, temas universais e urgentes em uma sociedade marcada por polarizações e tensões políticas.
Sinopse oficial
Em uma Atenas tomada pela tensão entre tradição e pensamento livre, Sócrates — o filósofo que incitava a juventude a questionar — é arrastado ao tribunal. Acusado por três cidadãos atenienses de corromper os jovens e de profanar os deuses, enfrenta seu destino com ironia sagaz e lógica implacável. Em vez de suplicar por clemência, defende a vida filosófica como dever sagrado, transformando sua apologia em um manifesto eterno sobre liberdade e integridade.
Serviço
Espetáculo: O Julgamento de Sócrates
Texto: Régis de Oliveira
Direção: Bruno Perillo
Elenco: Luiz Amorim, Carlos De Niggro, Breno Ganz, Magnus Odilon, Marcus Veríssimo, Nalini Menezes, Priscila Camargo, Priscilla Dieminger e Roberto Borenstein.
Stand in: Gabriel Ferrara e Juliane Arguello
📅 Temporada: 5 de setembro a 16 de outubro de 2025
🕒 Horários: sextas e sábados, às 20h | domingos, às 19h
📍 Local: Teatro Itália – Av. Ipiranga, 344 – República, São Paulo – SP
🎭 Gênero: Drama
⏱️ Duração: 80 minutos
🔞 Classificação: 12 anos
💲 Ingressos: R$ 100 (inteira) | R$ 50 (meia-entrada)
🎟️ Vendas: Sympla
🎫 Bilheteria: abre duas horas antes do início das sessões
🏛️ Capacidade: 292 lugares









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