Na atmosfera intensa e instigante de “Killer Queen”, da Cia Bromio Atos Culturais, uma trama obscura se desenrola. Impulsionado por dívidas avassaladoras, um jovem concebe um plano desesperado para salvar sua própria pele, arrastando sua família para o abismo ao planejar um crime macabro: o assassinato de sua mãe, herdar sua fortuna. Para executar esse ato hediondo, ele recruta um assassinato de aluguel, cujo envolvimento com a irmã do rapaz traz uma complexidade sombria à história, enquanto ela passa a conviver com o pai e o padrasto da família.
A trama de "Killer Queen" evoca reminiscências dos roteiros arrojados de Quentin Tarantino, repleta de diálogos contundentes, niilismo implacável, confidências sombrias, violência estilizada e derramamento de sangue. Esta peça transcende as fronteiras entre ficção e realidade, entre o dito e o não dito, e entre o literal e o simbólico, permeando toda a sua narrativa. “Killer Queen” é uma obra de teatro contemporâneo íntimo que adota o estilo de “thriller de ação” ou, como se fosse, uma criação à la Tarantino. Ela aborda o tema do amor sob três prismas: a carência, a solidão e o desejo de pertencimento.
Por meio dessa distopia e desses relatos pessoais que assumem uma forma de metarrelatos, "Killer Queen" busca desmistificar a noção romântica e unilateral comumente associada ao amor. Em sua essência, a peça visa explorar temas críticos: questionar os padrões, tanto pessoais quanto sociais, a luta contra um determinismo íntimo e social, e a vida vazia de experiências em prol do consumo desenfreado.
Além disso, a peça desafia os padrões preestabelecidos pela sociedade pós-moderna ocidental, examinando seus anseios, angústias e ausências. Ela também procura estimar a polarização que permeia o cenário social atual, onde prevalecem lógicas de conflito, acumulação e culpabilização do outro, muitas vezes diferentes, em detrimento da busca pela possibilidade de errar e fazer diferente. A verdadeira “política” explorada neste projeto é a interna, a dialética, evitando extremos e promovendo a reflexão.
Dirigido por Carlos Favalli
Codirigido por Filipe Teófilo
Duração de 99 minutos
Gênero Neotrágico pós-moderno tarantinesco
Com Aline Iglesias, Daniel Castro, Gabrielle Costa, José Esteves e Rogério Pérez
Cenografia e iluminação por Carlos Favalli
Técnica de som por Camila Muňoz
Produção por Rommaní Carvalho
Assessoria de imprensa por Letícia Rodrigues
Figurino e maquiagem por Aline Iglesias e Carlos Favalli
Fotos por Rodrigo Calbello
Local: Teatro de Arena Eugênio Kusnet
Rua Teodoro Baima, 94, Vila Buarque.
Data: 15 de setembro a 1 de outubro, sextas, sábados e domingos sempre às 19h.
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