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Carol Duarte protagoniza Eva, novo filme da cineasta italiana Emanuela Rossi, que estreia no Festival de Torino

Em seu segundo trabalho na Itália, atriz vive uma figura enigmática que transita entre dor, mistério e forças da natureza

Carol Duarte protagoniza Eva, novo filme da cineasta italiana Emanuela Rossi, que estreia no Festival de Torino
Imagem: De Divulgação

Após consolidar sua presença no cinema internacional com o aclamado La Chimera, de Alice Rohrwacher, Carol Duarte volta às telas italianas como protagonista de Eva, novo longa da diretora Emanuela Rossi (Cárcere Privado, 2019). O filme faz sua estreia mundial no Festival de Torino, no dia 26 de novembro, marcando mais um importante capítulo da trajetória da atriz brasileira fora do país.


Em Eva, Carol interpreta uma mulher enigmática que percorre a cidade atrás de pais de crianças pequenas — homens que, após cruzarem seu caminho, desaparecem sem deixar vestígios. A rotina muda quando ela estabelece uma ligação inesperada com um apicultor viúvo e seu filho, vividos por Edoardo Pesce (Dogman).

Eva assume uma missão controversa, mas que, aos olhos dela, é a coisa certa a fazer”, explica Carol. “É uma mulher atravessada por uma dor enorme, que fala pouco e vive um mundo interno muito profundo. Para mim, ela continua sendo um mistério.”


Entre línguas, afetos e mundos — o desafio de atuar em italiano

Assim como em La Chimera, o novo filme exigiu de Carol uma atuação integralmente em italiano — algo que ela descreve como desafiador e transformador:

“Aprendi italiano ouvindo, convivendo, muito antes de falar. Atuar em outra língua obriga você a nomear sentimentos de maneiras diferentes. Precisei criar um vínculo afetivo com a língua, com a cultura, com a comida, com as canções… É uma imersão profunda em um mundo estrangeiro.”

Para a atriz, Eva nasce também de uma espécie de conexão espiritual: uma personagem que reage não só à sua própria dor, mas à percepção da destruição da natureza em tempos críticos — “algo de celeste”, como ela define.


CARREIRA — do Brasil ao mundo

Carol Duarte tornou-se uma das vozes mais potentes do cinema brasileiro contemporâneo desde sua estreia em A Vida Invisível, de Karim Aïnouz — vencedor da mostra Un Certain Regard em Cannes e representante brasileiro no Oscar 2020.


Desde então, acumulou trabalhos relevantes:

Cinema

  • La Chimera (2023), de Alice Rohrwacher — estreia na competição de Cannes

  • Malu (2024), de Pedro Freire — seleção oficial de Sundance; indicação a 12 Prêmios Grande Otelo

  • Chão de Fábrica (2021), de Nina Kopko — premiado em festivais internacionais

  • Eva (2025) — protagonista

Televisão

  • A Força do Querer (2017) — papel de Ivana/Ivan, que a projetou nacionalmente

  • O Sétimo Guardião (2018)

  • Segunda Chamada (2019)

  • Os Outros (3ª temporada, 2025; estreia em 2026)

Teatro

  • Apresenta o solo A Visita desde 2024

  • Formada pela EAD-USP, iniciou a formação artística aos 15 anos, em oficinas culturais do ABC paulista

Apesar do reconhecimento, Carol segue com a mesma postura de rigor e discrição:

“Não escolhi essa profissão para buscar elogios. Quero contar uma história, fazer uma boa cena, emocionar o público.”

Sobre ver-se nas telas, ela admite:

“Sou uma atriz que sofre ao assistir ao próprio trabalho. Não consigo me ver com distanciamento — sou excessivamente crítica comigo mesma.”


Mulheres no cinema — um olhar necessário

Carol encerra refletindo sobre a urgência de diversidade nas narrativas:

“Quem conta uma história carrega sua visão de mundo. Em um mundo patriarcal, isso faz diferença. Precisamos de mais vozes — de mais cores, gêneros, classes. O cinema pode expandir nossa alma, nos tirar da monotonia dos modelos.”


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