Renda-se: solo com Martha Nowill estreia no Sesc Ipiranga e aborda reencontro entre mãe e filha após abandono
- Isabel Branquinha

- 27 de jun.
- 3 min de leitura
Com direção de Fernanda D’Umbra e texto da premiada dramaturga britânica Sophie Swithinbank, espetáculo estreia dia 13 de junho dentro do projeto “Teatro Mínimo”

Estreia no próximo dia 13 de junho, no Auditório do Sesc Ipiranga, o solo teatral “Renda-se”, protagonizado por Martha Nowill. A peça marca a estreia brasileira da dramaturga britânica Sophie Swithinbank, com tradução de Betina Rodrigues, direção de Fernanda D’Umbra e colaboração criativa de Phoebe Ladenburg.
Apresentado pelo projeto “Teatro Mínimo”, o espetáculo propõe uma imersão emocional intensa ao narrar o reencontro de uma mãe com a filha que não via há doze anos, em um parlatório de prisão. Após temporadas na Europa — incluindo o Festival Fringe de Edimburgo e o Arcola Theatre em Londres —, “Renda-se” chega ao Brasil com sessões até 6 de julho, às sextas, sábados, domingos e feriados.
Uma história de abandono, julgamento e sobrevivência
No enredo, uma charmosa e promissora atriz revive os eventos que a levaram à condenação por abandono. A narrativa se estrutura como um fluxo de consciência, entre memórias fragmentadas, interrogatórios policiais, audições frustradas e o diálogo interrompido com sua filha adolescente.
A montagem utiliza o espaço cênico de forma simbólica e minimalista: uma placa de vidro que remete à divisão do parlatório, um banco móvel, um pedestal com vape e um casaco — objetos que funcionam como extensões da memória e da trajetória emocional da personagem.
“Ela organiza os fragmentos do que viveu para justificar, resistir, se explicar — talvez para si, talvez para a filha. Não está contando uma história, está tentando sobreviver a ela”, destaca Martha Nowill.
Dramaturgia potente sobre a maternidade solo e a violência institucional
Dirigida por Fernanda D’Umbra, a encenação de “Renda-se” aposta na contenção e na densidade emocional da protagonista, percorrendo camadas de dor, culpa, ironia e resistência. A peça levanta questões sobre a disparidade do sistema judicial, especialmente no julgamento de mães solo em contextos de vulnerabilidade.
“A dramaturgia coloca em questão a desproporcionalidade do castigo que a personagem sofre. É um incidente pequeno que resulta numa pena desmedida. É sobre o silêncio institucional, que pune sem escutar”, afirma D’Umbra.
Sobre a autora e a equipe
Sophie Swithinbank é uma das novas vozes do teatro contemporâneo no Reino Unido, com obras já desenvolvidas para a Royal Court e a BBC. O texto original, Surrender, foi criado em colaboração com Phoebe Ladenburg, e chega ao Brasil com adaptação inédita.
Martha Nowill, conhecida por sua atuação em cinema, teatro e TV, também estreia como diretora em 2025 com o solo “A Autoestima do Homem Hétero”. Já Fernanda D’Umbra é atriz, diretora e integrante do Grupo XIX de Teatro, com forte atuação na cena teatral independente de São Paulo.
SERVIÇO | RENDA-SE
📍 Local: Auditório do Sesc Ipiranga – Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga – São Paulo/SP
📅 Temporada: 13 de junho a 6 de julho de 2025
🕒 Horários:
Sextas-feiras às 21h30
Sábados, domingos e feriados às 18h30
🎫 Ingressos:
R$ 50 (inteira)
R$ 25 (meia)
R$ 15 (credencial plena)
🔗 Vendas: Portal do Sesc SP, app Credencial Sesc SP e nas bilheterias físicas
👤 Classificação indicativa: 16 anos
🕓 Duração: 70 minutos
📞 Informações: (11) 3340-2000
💺 Acessibilidade para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida









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