Musical, ainda sem estreia definida, vai adaptar pela primeira vez a obra de Machado de Assis para o teatro musical
Ator, diretor e dramaturgo paulistano, Rodrigo Mercadante foi o nome escolhido para dar vida a Bentinho, a personagem principal de “Dom Casmurro”, adaptação para os palcos do clássico romance homômino de Machado de Assis (1899), ainda sem data confirmada para chegar aos palcos.
Sob a direção de Zé Henrique de Paula, a adaptação parte da história de um dos principais títulos da obra monumental do escritor carioca, responsável pelo início do processo de popularização internacional de sua escrita.
Indicado ao Prêmio Shell como co-diretor do espetáculo “Cantata para um Bastidor de Utopias”, divisor de águas na trajetória da clássica Cia. do Tijolo (fundada também por Mercadante), o ator tem em seu currículo um prêmio FEMSA Coca-Cola por seu desempenho no espetáculo “Mistério do Fundo do Pote”, de Ilo Krugli e espetáculos como Concerto de Ispinho e Fulô (2008), Ledores no Breu (2014), O Avesso do Claustro ( 2016) e Guará Vermelha (2023).
“A expectativa é enorme”, diz o intérprete. “Interpretar Bentinho não é só interpretar um personagem brilhantemente concebido, mas é interpretar o gênero masculino, é interpretar a "elite" pensante, é interpretar alguma coisa ligada às profundezas da construção do nosso país...que permanecem... Fazer de Dom Casmurro um musical é um jeito de tirar da obra coisas que a gente não pensou ainda”, analisa.
Para Zé Henrique de Paula, trabalhar com Mercadante é um processo de excitação. “Vai ser um deleite presenciá-lo criar um personagem seminal da nossa literatura, o Casmurro. Mas sempre quis que ele, versátil como é, interpretasse também Bentinho, numa jornada espetacular cheia de estilhaços”.
Com uma carreira que se confunde com a transformação do teatro contemporâneo, Mercadante integrou durante 15 anos o elenco do Teatro Ventoforte, e segue, há 12 anos, produzindo espetáculos de pesquisa ao lado da Cia. do Tijolo.
“Dom Casmurro” é uma produção dividida entre A Casa que Fala e a Tomate Produções. A dramaturgia é assinada por Davi Novaes e as composições originais de Guilherme Gila, que também assina a direção musical. O espetáculo está em processo de captação via financiamento coletivo. Dos R$ 30 mil pedidos pela produção, mais de R$ 22 mil já foram arrecadados.
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