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Thriller queer Fumaça, de Alexis Gregory, ganha montagem inédita no Brasil

Dirigido por Fernando Vilela e estrelado por Filipe Augusto, espetáculo britânico estreia no Ágora Teatro após exibição no Festival MixBrasil

Thriller queer Fumaça, de Alexis Gregory, ganha montagem inédita no Brasil
Imagem: Brendo Trolesi

Inédito no país, o thriller queer Fumaça, do dramaturgo inglês Alexis Gregory, estreia sua primeira montagem brasileira no dia 22 de novembro, no Ágora Teatro, em São Paulo, onde segue em cartaz até 7 de dezembro. A direção é de Fernando Vilela, com tradução e atuação de Filipe Augusto. Antes da estreia oficial, o espetáculo realiza uma apresentação no Festival MixBrasil, no dia 15 de novembro, às 18h30, no Teatro Sérgio Cardoso.

Misturando suspense psicológico, humor ácido e crítica social, o solo propõe uma reflexão urgente sobre paranoia, depressão e ansiedade na população gay, sobretudo na era da hiperexposição digital.


Um retrato da mente contemporânea

De acordo com a pesquisa Tensões Culturais 2023, da Quiddity, quase metade das pessoas LGBTQIA+ no Brasil sofre de ansiedade, e 24% enfrentam depressão. Esses dados inspiram o cerne de Fumaça, uma obra que tensiona as fronteiras entre ficção e realidade, explorando as consequências da conectividade constante.

Na trama, Alex, um homem gay, recebe uma mensagem privada de seu namorado falecido. A partir daí, mergulha em uma jornada delirante e perigosa para descobrir a verdade — um percurso que mistura luto, solidão e autoexposição num tempo em que as redes sociais transformam a intimidade em espetáculo.

“O mundo vive empurrado aos seus limites. A paranoia virou rotina. As redes sociais são um campo minado entre o real e o inventado”, afirma Alexis Gregory, autor da peça.


Humor ácido como ferramenta de sobrevivência

O texto, originalmente intitulado Smoke, foi descrito pelo próprio autor como um “thriller queer”, gênero que mistura tensão e ironia para discutir as neuroses contemporâneas da comunidade LGBTQIA+.

“Uso humor em todos os meus trabalhos. É uma ferramenta poderosa para abordar temas difíceis. O riso aproxima o público da dor e cria cumplicidade — mesmo quando estamos diante da insanidade de Alex”, diz Gregory.

A montagem brasileira mantém esse tom. Em cena, Filipe Augusto vive o protagonista em um estado permanente de alerta, dividido entre o desejo de ser visto e o medo da exposição.

“Alex tem uma vontade quase desesperada de ser acolhido e compreendido, mas vive em luta com um mundo que o rejeita. Trabalhar nesse papel me faz revisitar minha própria infância gay e o impacto de crescer em uma sociedade que ensina o medo como forma de defesa”, reflete o ator.


A jaula luminosa da era digital

Na encenação de Fernando Vilela, o palco se transforma em uma jaula translúcida, metáfora do confinamento emocional e virtual que define a experiência contemporânea. A cenografia remete a um grande ring light, símbolo da exposição constante e da busca por validação nas redes.

“Queríamos entender como dar corpo ao fenômeno de viver conectado 24 horas por dia. Como traduzir o bombardeio de imagens, dopamina e vulnerabilidade em linguagem cênica?”, explica o diretor.

A atmosfera é tensa e fragmentada: luzes pulsantes, sons digitais e pausas longas constroem uma experiência sensorial que reflete o colapso da mente diante da hiperconexão.


Sobre o autor

Alexis Gregory é dramaturgo, performer e diretor britânico. Sua obra investiga a experiência queer e os mecanismos de poder, solidão e sobrevivência nas sociedades contemporâneas. Entre suas principais peças estão Smoke, Riot Act, Sex/Crime, Safe e Slap — todas elogiadas por veículos como Time Out, Evening Standard e Attitude Magazine. Gregory também apresenta seus trabalhos em espaços como o National Theatre Riverside Stage e o Science Museum, em Londres.


Ficha Técnica

Texto: Alexis Gregory 

Direção: Fernando Vilela 

Com: Filipe Augusto 

Assistência de direção: Gabriela Moraes 

Preparação vocal: Malú Lomando 

Iluminação: Gabryel Matos 

Fotografia: Brendo Trolesi 

Comunicação digital: Nova.ag 

Produção executiva: Dani Aoki 

Assessoria de imprensa: Pombo Correio 

Realização: Verve Cia


Sinopse

Depois de receber uma mensagem privada do namorado que já morreu, Alex embarca em uma jornada obsessiva para entender o que aconteceu. Entre paranoia, desejo e solidão, Fumaça é um thriller queer que mistura humor ácido e crítica social para discutir a autoexposição, o uso de drogas, a perda da privacidade e a ansiedade que define a vida conectada.

Serviço

Espetáculo: Fumaça 

Texto: Alexis Gregory

 Direção: Fernando Vilela 

Atuação: Filipe Augusto

📅 Temporada: 22 de novembro a 7 de dezembro de 2025 

🕗 Horários: Sábados às 20h, domingos às 19h 

🎭 Apresentação especial: 15 de novembro, às 18h30, no Festival MixBrasil (Teatro Sérgio Cardoso)

📍 Local: Ágora Teatro – Rua Rui Barbosa, 664, Bela Vista, São Paulo 

🎟️ Ingressos: R$100 (inteira) | R$50 (meia-entrada) Vendas: Sympla

⏱️ Duração: 70 minutos 

🔞 Classificação: 14 anos 

Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida


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