Os Olhos de Nara Leão - da Bossa à Liberdade
- Léo Braga

- há 21 horas
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Os Olhos de Nara Leão não é “apenas mais um musical biográfico” que chega aos palcos paulistanos, mas uma forma diferente de ver a vida de uma artista. Nara foi (e sempre será) a Musa da Bossa Nova. E como musa que é, segue inspirando.

A inspiração desta vez caiu com tudo em Miguel Falabella, que assina a obra como dramaturgo e diretor, e nos transporta, logo ao som do terceiro sinal, para um apartamento na Avenida Atlântica, zona Sul do Rio de Janeiro nos anos 1960, onde Nara viveu, aprendeu a tocar violão e fez inúmeras noites musicais com outras grandes personalidades da música brasileira.
Sem a necessidade de cenários apoteóticos, ou de luzes estroboscópicas (ótimos cenários e luzes, inclusive), Zezé Polessa conduz seu monólogo com seu carisma ímpar e traz à cena diferentes lugares do Rio e do Brasil. Mesmo sozinha em cena, nos mostra Danuza Leão, Zé Keti, Roberto Menescal, Carlinhos Lyra e tantos outros, apenas com a delicadeza de uma excelente atuação.
E também sem precisar transformar o palco do Teatro Renaissance em um Maracanã (Ou no estádio em que preferirem assistir a um show), o espetáculo entrega os sucessos de Nara, como A Banda, Marcha da Quarta-feira de Cinzas, Diz que fui por aí e mais, sem que tudo vire show. Polessa entoa as canções elegantemente e com a doçura da cantora homenageada.
Os Olhos de Nara Leão entregam, em aproximadamente 85 minutos, a essência das músicas, bem como a inteligência da dramaturgia não ficam engessadas às datas ou à cronologia linear, mas, sobriamente, se importa em mostrar livremente o que aconteceu na vida e carreira de uma artista que pregava, acima de tudo, a Liberdade.
A gente sabe que um musical vale a pena quando sai cantarolando uma ou duas músicas. Desta vez, a gente sai com um repertório inteiro na cabeça.









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